segunda-feira, 30 de abril de 2012

Quem dera!





Se eu fosse um trovador, eu desenharia o teu sorriso numa rima.
Pra ficar em mim, pra ficar em cima
(Dos olhos) De quem tem fé.
Eu faria de ti, pequena, a lua do seresteiro,
A nascente ardente-enchente do barqueiro do Velho Chico.
Te enfeitaria de poesia onde haveria de existir só prosa.

Se eu fosse um astrônomo, descobriria uma estrela
(Ao lado de Órion ou da Ursa Maior) pra te dar.
E dos teus olhos, gentis, retiraria duas constelações de maior viço
Pra me curar do feitiço ou pra mais ainda me enfeitiçar.

Se eu fosse um sambista, Valei-me, Rosa! Acudi-me, Cartola!
(Dos teus quadris) comporia uma nota, pra cada balançar
E na levada da melodia, a Graça e o Ritmo haveriam de querer me fazer companhia
Apenas para a minha dama (mais que todas) admirar.

E se você não existisse nesse pobre poemeto,
Faria de ti (qual Safo) minha imaginária amante
E te tiraria das estrelhinhas, lhe dando o lugar que lhe cabia.
Isso tudo se eu fosse nada mais do que teu.

5 comentários:

  1. Fico feliz que tenha voltado a postar

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  2. Que delicia de ler, sério. Senti até o compasso descompassado dos versos entrelaçando e o poema rimando e as letras que dão melodia, ah como eu amo quando meus ouvidos fazem o ritmo do que os olhos lêem.

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    1. Obrigada, Strella! Muito feliz por ter lido e curtido... Raramente faço poemas, sou iniciante e amadora com orgulho! Aquece-me o coração neste comecinho de outono ler tuas sinceras palavras. Muito obrigada!

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  3. lindo, estão cada vez mais bonitos

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